Postagens populares

domingo, 23 de outubro de 2011

DOR NAS COSTAS , DOR NA ALMA

DOR NAS COSTAS, DOR NA ALMA

Revista Mente e Cérebro Maio 2011 página 56-61
Por Jasmin Andresh  , Jornalista


Dados: OMS (Organização Mundial Para a Saúde)  80% da população mundial teve ou apresentará episódio de dorsalgia ao longo da vida.

Fundação Oswaldo Cruz -2010 – 36% dos brasileiros  adultos são afetados anualmente, de forma crônica.

            Se o desconforto não diminui em três meses , mesmo sob tratamento, dá para pensar  como patologia crônica. (lombalgia, hérnia de disco, ciática)

           O efeito sobre a qualidade de vida é intenso, relevante. O sofrimento não é apenas físico,mas traz conseqüências  psíquicas e sociais , limitações na vida diária, desde a impossibilidade de fazer compras ou planejar o tempo livre até a incapacidade de trabalhar.
            Desencadeiam ansiedade e depressão  Os fatores psicológicos tem grande relevância. Relaxamento e apoio familiar são importantes. Esses fatores influem tanto no surgimento das dores , quanto na forma como o paciente percebe e lida com o desconforto.
            O retesamento dos músculos na região da cervical e das costas é uma reação ao  estresse sofrido por algumas pessoas. O sistema nervoso libera substância mensageiras que servem para transmissão da sensação de dor.

            Dados revelados por pesquisa:

Pessoas  com tendência depressiva sofrem duas vezes mais de dores nas costas;

O que sentimos e o que pensamos pode afetar a coluna;


Pessoas com dorsalgia geralmente queixam-se de outros problemas, principalmente psíquicos; A coluna vertebral sustenta o corpo. Golpes emocionais terminam por afetar esse equilíbrio, por isso ocorre a dor.

 Pesquisadores detectaram , em uma pesquisa em 2005, com 5 mil americanos :

Ao fim de um ano, 19% desenvolveu dorsalgia crônica; Nesse grupo, 68% relataram a ocorrência de outras dores e um em cada três sofria de transtorno psíquico.
As dores eram frequentemente acompanhadas de transtorno de ansiedade, estados depressivos e, mais raramente, de diabetes,doenças cardíacas,câncer ou dependência de drogas.
Dores constantes cedo ou tarde acabam afetando o ânimo das pessoas. Doentes crônicos acabam por apresentar depressão reativa.


 Inatividade em pessoas com melancolia pode enfraquecer os músculos e a coluna vertebral precisa de uma forte musculatura nas costas como suporte.


Pacientes depressivos  voltam a atenção com mais freqüência para a dor, o que faz com que ela seja percebida de forma extremamente forte.

       O tratamento multidisciplinar tende a ser mais eficaz do que aquele que só tem o foco na dor. Apoio psicológico, fisioterapia, atividades físicas voltadas para o relaxamento e tensionamento alternados dos músculos, terapia comportamental, adaptação ergonômica do local de trabalho produzem melhores resultados, podendo diminuir consideravelmente os sintomas da dor , as limitações e os sintomas depressivos.
            Paciente cujo tratamento é iniciado mais cedo, tem mais chance de sucesso.
Paciente com padrão negativo de comportamento  tem mais tendência a desenvolver a dorsalgia crônica.

Dores de origem psíquica também se manifestam fisicamente. O estresse constante  causa alterações hormonais e no sistema imunológico, que em decorrência  influencia os outros órgãos.
            Conflitos emocionais, raiva, medo, insatisfação prolongada  também são passíveis de observação. Geralmente, ocorre um círculo vicioso de reações físicas, medo, angústia e percepção exagerada da dor.
            Importante é que isso seja percebido pelo profissional  senão inicia-se um longo caminho de sofrimento pelo paciente.

            Para reconhecer pessoas com índice de cronicidade , o psicólogo Nick Kendal e o ergonomista Kim Burton, descreveram uma série de fatores de risco, denominados Yelow Flags.(bandeiras amarelas, ou seja , aquelas que alertam para o perigo)


Yelow flags- padrões de comportamento associados a menor possibilidade de cura:

  • Tendência a exagerar as situações com a própria saúde;
  • Expectativa  negativas quanto à intensidade e à frequência das dores
  • Estresse, estado melancólico, tendência â depressão
  • Falta de movimentação, tendência à passividade
  • Extrema insegurança com relação ao futuro

  Blue Flags- Dizem respeito ao local de trabalho e à imagem que o paciente tem de sua situação profissional. Aumentam o risco de redução da capacidade operacional e contribuem para as faltas:



·        Insatisfação profissional
·        Atividade fisicamente  pesada
·        Baixa confiança de retomada do trabalho após a enfermidade
·        Pouco apoio ou relacionamento insatisfatório com chefes e colegas
·        Sobrecarga
·        Condições insalubres






Black flags- referem-se ao ambiente social e aos cuidados médicos recebidos pelo paciente.

  • Pouca atenção do médico ou desconfiança do paciente no profissional(visões diferentes sobre a situação)
  • Longo período de espera para iniciar tratamento
  • Expectativas negativas do parceiro ou da família
  • Poucos amigos, isolamento social
  • Problemas financeiros



 Red Flags  - Indicam que por trás das dores pode haver uma grave doença. O paciente deve ser examinado por um médico especialista o quanto antes se:

  • Tiver menos de 20 e mais de 55 anos
  • Consumir esteróides, droga ou for HIV positivo
  • Não conseguir se curvar para a frente
  • A dor apareceu após um acidente
  • A dor sempre aumentar
  • Houver torpor, fraqueza ou perda de peso
  • Forem visíveis grandes alterações na região da coluna vertebral.



      Um tratamento multidisciplinar pode detectar estes sinais de alerta, de modo a não só ajudar o paciente no trato da dor física, mas daquelas emocionais, rompendo a cadeia e fazendo com que a pessoa possa se ajudar, sentindo-se mais segura, mais capaz, com maior autonomia e melhora da autoestima , incrementando uma séries de fatores dos quais decorrerá melhor qualidade de vida. Viver passa a ser menos doloroso e mais prazeroso.


sábado, 22 de outubro de 2011

MITOS

                                   OS GRANDES MITOS DA PSICOLOGIA

         Em uma época em que proliferam os livros de autoajuda, o que não significa que seja ruins,pois procuram, em sua grande maioria  auxiliar a população em geral sobre com superar situações das mais variadas e mais difíceis, como perdas de entes queridos, separações,compulsão,depressão além de outras situações complicadas e geradoras de sofrimento, estresse emocional, perda de qualidade de vida, o que estudiosos da psicologia detectaram é que grandes mitos persistem.  Mesmo com toda essa gama de informações.
            Scott O. Lilienfeld, Steve Jay Lynn, John Ruscio e Barry L Beyerstein professores de Psicologia  em uma artigo adaptado do livro original, posteriormente publicado na Revista Mente e Cérebro em Fevereiro de 2011, páginas 24 a 31 nos apresentam alguns destes mitos que permanecem e cuja permanência ou não elucidação pode prejudicar as pessoas que neles se embasam .Tais mitos decorrem de livros de autoajuda sem embasamento científico ou de informações de internet.
Vejamos quais os que os autores citam:

·        A maioria das pessoas usa , apenas,  10% de sua capacidade intelectual;

( Na realidade , há algum tempo os cientistas não sabiam o que os outros 90% das regiões do cérebro faziam)
Com a descoberta dos neurônios-espelho- que nos permitem imitar gestos e ser empáticos- espalhados pelo cérebro, mudou a compreensão das  relação dos homens com seus semelhantes. A psicoterapia  e o aprendizado transformam anatomicamente o cérebro, criando novas redes neurais.



  • Em relacionamentos amorosos os opostos se atraem;

É natural, observar e recordar acontecimentos incomuns, assim as pessoas são mais propensas de recordar a atração daqueles que são muito diferentes, em vez daqueles que se atraem,em sua grande maioria, pelas semelhanças ou afinidades.


·        Nossas memórias são gravações fiéis dos acontecimentos;

Memórias, na verdade, estão sujeitas a distorções no decorrer do tempo.Freud já falava nas lembranças encobridoras, que se sobrepõem às memórias desconfortáveis,


·        Os esquizofrênicos têm múltiplas personalidades;

         


  • Apenas as pessoas deprimidas se suicidam;


  • A lua cheia influi no comportamento das pessoas;


  • Todas as psicoterapias forçam as pessoas a enfrentar a “raiz” de seus problemas a partir da infância.




            Existem outras crenças  acolhidas com entusiasmo que se referem à liberação da raiva,diferentes estilos de aprendizagem e combate de enfermidades.

Segundo os autores em vez de liberar a raiva descontroladamente, mais eficaz é ajudar a refreá-la.
            A liberação, desde os tempos de Aristóteles terias um efeito catártico.
            Após 40 anos de estudos surgem posicionamentos de estudiosos defendendo que liberar a raiva , apenas aumenta a agressividade, se isso não for  canalizado de forma positiva ou que proporcione a elaboração de conflitos.
            Portanto, dentro desta corrente, o grito pelo grito de nada resolveria.

            Outro ponto abordado é que a prática de jogos violentos que infligindo sofrimentos à outrem só aumenta a agressividade. O que dizer de jogos e filmes tão ao gosto de adolescentes, jovens e adultos jovens?
            Talvez isso ajuda a explicar ou entender tanta violência, tanta agressividade que surgem em situações das mais inusitadas, como dentro de famílias sem passagens desta espécie, nas escolas.

            Existem várias propostas pedagógicas diferentes. Então , a aprendizagem seria mais eficaz se o modelo se encaixasse no perfil do educando.
            É importante levar em conta o estilo de aprendizado de cada aluno: visual, auditivo, sinestésico.
            Isso , na realidade, não procede totalmente pois um aluno pode apresentar estilos diferentes com relação a competências diferentes. Por exemplo artes e matemática.
Em geral os alunos devem aprender a compensar as deficiências e não a evitá-las.
            Criar situações motivadoras pode ser mais eficiente .

            Com relação às enfermidades apresentam um posicionamento diferente do que vem sendo difundido. No posicionamento dos autores parece haver um alívio na responsabilidade do enfermo sobre a aquisição da doença, não responsabilizando sua conduta, seus pensamentos, sua energia pela instauração e  propagação da doença.
Mas não dá para negar que uma atitude positiva diante das adversidades, pode não erradicá-las mas produz melhor qualidade de vida para a pessoa, visto que desloca o foco da coisa desagradável, perturbadora, para outra mais amena.

            Apresentam ,ainda, questões relativas ao álcool, o enfrentamento da abstinência.



            No decorrer do estudo do texto , por estarmos interessados especificamente e  orientar as pessoas na maturidade e  de terceira idade e sugerir-lhes ou orientar comportamentos capazes de torná-los mais otimistas, mais abertos a aceitarem  a derrubada de mitos ou paradigmas de modo a lhes proporcionar um resultado mais imediato,uma maior leveza na aceitação de situações difíceis   até mesmo levando em consideração a não homogeneidade deste segmento, as diferenças econômicas, financeiras, geográficas, colocamos aqui uma abordagem bem leve para ajudá-los a enfrentar, combater ou superar  tais mitos capazes de deixá-los mais desamparados perante as dificuldades.
            Salientamos que não há o propósito de contraposição ao artigo publicado, nem cunho científico na colocação.

            Existem mitos  amplamente divulgados que    não são verdadeiros.


Vejam a  seguir exemplos destas crenças equivocadas:

  •  Velhos são demenciados

  • Velhos são doentes

  • Velos são chatos, ranzinzas

  • Velhos são desmemoriados

  • Velhos são assexuados

  • Velhos são deprimidos, tristes

  • Velhos contam sempre as mesmas histórias

  • Velhos não aprendem coisas novas, novas tecnologias

  • Velhos quando se aposentam do trabalho, também se aposentam da vida

  • Velhos só servem para cuidar dos netos

  • Velhos só fazem tricô/crochê

  • Velhos não mudam, não aceitam o novo

  • Velhos não são adeptos de atividades físicas(ginástica, academia)

  • Velhos depois de viúvos não namoram

Vejamos , então que além daqueles entendimento errôneos citados pelos autores, com cunho mais científico, encontramos inúmeros outros decorrentes de entendimento popular e que devem ser derrubados ( muitos, em sua maioria já o são) pelas características apresentadas pela nova velhice que enche nossos espaços urbanos e sociais.



           .

Derrubando mitos, paradigmas e preconceitos poderemos envelhecer melhor e ser mais felizes.


Crenças obsoletas só nos impedem de buscar novas alternativas para sermos mais felizes.

Quanto mais discutirmos os mitos,quanto mais bem informados ficarmos, mais aptos estaremos para lidar com a vida. Colocando em dúvida crenças incorretas e inúteis) que nos travam, nos podam nos sentiremos mais fortes para seguir em frente na busca por uma melhor qualidade de vida.


O processo de vida e de morte é muito pessoal. Cabe a cada um fazer o seu melhor no decorrer de todas as etapas de vida, sendo feliz, levando felicidade aos que o cercam, sendo exemplos vivos de que cada um produz sua história.

           
            “SEJA O MELHOR PROTAGONISTA QUE PUDER SER NO DESEMPENHO DE SUA HISTÓRIA PESSOAL .”


 NINGUÉM VIVERÁ MELHOR SEU PAPEL DO QUE VOCÊ MESMO.








            

TERCEIRA REUNIÃO -GRUPO DE ESTUDOS

Texto base para leitura: 

 Esquecer para Lembrar por Jessica Marshall – Jornalista

Tradução Vera  de Paula Assis

Publicação: Revista Mente e Cérebro- Abril 2008- p. 39-45

Uma das questões dignas da maior atenção quando nos referimos a Terceira Idade é aquela que se refere á memória ou à falta dela, as suas deficiências ou como preservá-la tomando certos cuidados ao longo da vida.
Idéia  comum é que quanto mais retemos ou recordamos dos acontecimentos mais sadia é a memória. Entretanto, a  memória sadia não está ligada diretamente à retenção daquilo que é significativo. Esta conclusão foi obtida após longos estudos nos quais os cientistas descobriram que pessoas  com a síndrome hipertimésica não se esquecem de fatos antigos irrelevantes, como se tivessem um fabuloso calendário mental.
            Pessoas afetadas por esta síndrome são capazes de lembrar o que faziam 20 anos atrás, em determinada hora, com quem estavam ou como estavam vestidas. As pessoas não conseguem esquecer mesmo os fatos mais irrelevantes.É como se tivessem um filme passando constantemente na memória.
Importante, pois, é esquecer o que não tem tanta  importância.
A memória é formada em três estágios. Inicialmente ela é codificada,, a seguir armazenada e, mais tarde, recuperada.
O próprio cérebro desenvolve estratégias para nos auxiliar a esquecer aquilo que é irrelevante, as quais não necessitamos recordar.Exemplo disso , esquecer uma informação obsoleta, um número de telefone antigo, o almoço do dia anterior.
Uma rede de neurônios estabelecem aquilo que é denominado sinapse. Quando lembramos algo, determinadas vias neurais são reativadas. Quanto mais vezes  isso ocorre, o cérebro registra como importante esta recordação sendo provável a sua conversão em memória de longo prazo, com a formação de conexões  permanentes entre os neurônios..
Não há limite para o número de informações  que uma pessoa consegue armazenar a longo prazo.
Pode ocorrer da alguém julgar sua memória como falha por não ter gravado determinada coisa, mas na realidade tal coisa ou lembrança não foi codificada corretamente por distração, por estar agindo da forma que classificamos como “no piloto Automático”, isto é , sem se deter naquilo que está fazendo.
Ora, deduzimos , então , que é necessário usar de pequenas estratégias para auxiliar as pessoas , principalmente as de terceira idade, a terem uma boa memória.
É preciso desenvolver certos hábitos, habilidades ou aptidões que darão mais confianças as pessoas para terem mais tranqüilidade no seu dia a dia. Essa tranquilidade ou segurança, diminui o estresse que é um dos fatores que interferem na memória.

Estratégias Importantes:

1.      Prestar  atenção ao que está fazendo;

2.      Ser organizado. Fazer associações, arquivar as memórias de forma ordenada;

3.      Fazer associações ligadas a emoção. Lembramos mais facilmente aquilo que está relacionado à fortes emoções(boas ou más);

4.      Revisar, repetir mais de uma vez aquilo que desejamos memorizar. Aquilo que é mais vezes repetido tende a ser armazenado como memória a longo prazo;

5.       Previna-se: Anote aquilo que julga relevante;

6.      Faça palavras cruzadas;

7.      Desenvolva ou preserve o hábito de leitura;

8.      .Assista filmes ou programas de televisão e comente com alguém o que assistiu;

9.      .Saia da rotina. Faça coisas novas, diferentes;

10.  .Mantenha hábitos saudáveis de alimentação;

11.  Pratique exercícios pelo menos três vezes por semana;

12.  Viva com alegria;

13.  Tire foco de acontecimentos tristes ou dolorosos;


                  Lembre-se :Viver é um constante aprendizado

terça-feira, 11 de outubro de 2011

História Oral: A Arte de Compartilhar Memórias

História  Oral: A Arte de Compartilhar Memórias

                                    “Alguém deve rever, escrever e assinar os autos do passado antes que o tempo passe tudo a raso”.Cora Coralina

As questões relacionadas ao envelhecimento humano e a qualidade de vida figuram entre os temas mais recorrentes na atualidade. Observa-se que as pessoas na faixa etária denominada Terceira Idade estão cada vez mais participativas, críticas, sedentas por atividades físicas, culturais e de lazer. E, percebe-se ainda que, cada vez mais, exigem seus direitos assegurados na Constituição Federal de 1988 e na Lei 10.741, de 1º de Outubro de 2003, o Estatuto do Idoso, enfim querem ser respeitados como cidadãos experientes e ativos na comunidade em que vivem.
Sem sombra de dúvidas, um novo perfil de idosos está se delineando na sociedade, desconsiderando, inclusive, a classe social, cultura ou formação pessoal. São novos personagens com desejos e objetivos definidos, que diferem daqueles de algum tempo atrás. Para atender aos anseios e necessidades dessa população emergente, o Centro de Extensão em Atenção à Terceira Idade–CETRES /UCPEL vem, há duas décadas, oferecendo diversas atividades priorizando a convivência, o desenvolvimento biopsicossocial de seus usuários, bem como, orientações para o envelhecimento ativo e saudável. Atualmente conta com vinte e seis oficinas, dentre elas: cinema, coral, criatividade, dança, espanhol, fisioterapia, informática, memória, pintura, tear, tricô e  turismo.
E, como objetivo de valorizar a bagagem cultural dos idosos e oferecer-lhes atividades voltadas ao resgate das memórias/experiências de vida, articulou-se, no inicio deste ano, a oficina de História Oral: A Arte de Compartilhar Memórias  porque se considera o movimento de recuperação da memória de extrema importância, pois é do vínculo com o passado que se extrai a força para a formação de identidade, especialmente quando se fala da memória-experiência, da memória do vivido nos diferentes tempos da vida do indivíduo (BOSI, 2003).
Nesse sentido, é justamente nas narrativas do cotidiano, consideradas senso comum, que se aprende acerca da cultura e da memória. Entre os informantes privilegiados para se resgatar a memória destacam-se os idosos, construtores da cultura e legítimos depositários de experiências e conhecimentos que merecem ser valorizados e compartilhados.
No entanto, numa sociedade em que a memória dos mais velhos não tem valor, torna-se difícil comunica-la ou resgatar a história,e,consequentemente, cresce o fosso entre as gerações: vivem separadas, cada qual reunida em torno de atividades que lhe são específicas. Essa cisão entre gerações, confinamento cultural,limita o vínculo entre   a experiência vivida por jovens e por idosos e impede que cada um possa ser alimentado pela experiência do outro, além de bloquear a interação e o compartilhamento de lembranças e conhecimentos
Por essa razão, as atividades realizadas na oficina para o recolhimento de lembranças são basicamente por meio de depoimentos orais. Os estímulos utilizados para evocar memórias são vários: perguntas diretas, objetos pessoais, músicas, fotos, cartões postais, gravuras, cartas, poesias, e muitos outros elementos desencadeadores de lembranças, por isso os temas para as sessões são variados: identidade, infância (vestuário, educação, família, brincadeiras, alimentação, saúde), vida adulta (trabalho, carreira profissional, migração), maturidade (experiências vividas) ou outros que surjam das necessidades ou desejos deles.
Os encontros acontecem nas tardes de terças-feiras das 14:30 h às 16:30 h quando se reúnem dez(dez) mulheres com idades que variam de 51 à 85 anos, sob a coordenação da Pedagoga Mara Rita Dutra Giacomelli (Voluntária do CETRES) e como monitora a professora Maria Lúcia Silveira (Usuária do CETRES). O trabalho também conta com o apoio da acadêmica Roselaine Quevedo Jurgina (Pedagogia /UCPEL) e, com a supervisão da Psicóloga Sulanita Caldeira de Arruda, coordenadora do CETRES. O trabalho de reminiscências realizado no decorrer do ano será compartilhado através de uma Exposição com data a ser confirmada.
Com base nas atividades já realizadas na oficina de História Oral: a Arte de Compartilhar Memórias, percebe-se que a prática de recordar pode contribuir para fortalecer ou restituir o senso de identidade e a autoestima. A capacidade de manter o passado vivido, principalmente na presença de ouvintes solidários, pode ser um dos mecanismos que as pessoas idosas encontram de manter a sua integridade psicológica.
Acredita-se que a memória constitui-se numa forma de preservação e retenção do tempo, salvando-o do esquecimento e da perda. Portanto, história e memória, por meio de uma inter-relação dinâmica, são suportes das identidades individuais e coletivas. É impossível uma sociedade sem que se acione a memória, sem que ela fertilize cada possibilidade de realização no presente e no futuro.


 Mara Rita Dutra Giacomelli
 Pedagoga
 Especialista em Educação Especial e Psicopedagogia
 Pós-Graduanda em Saúde do Idoso e Gerontologia
 Mestra em Ciências da Educação
  Coordenadora  da Oficina de História Oral
   CETRES - UCPEL

EVENTO SOBRE GERIATRIA E GERONTOLOGIA

CETRES promove evento sobre 




geriatria e gerontologia


O Centro de Extensão em Atenção à Terceira Idade da

Universidade Católica de Pelotas (CETRES/UCPel) promove,

em parceria com a seção Rio Grande do Sul da Sociedade 

Brasileira de Geriatria e Gerontologia, a Jornada de Geriatria 

e Gerontologia. O evento ocorre no Auditório Dom Antônio

Zattera, dia 05 de novembro, com o tema





                  “A Mulher na Maturidade”.




As inscrições, abertas não apenas a pessoas de terceira

 idade, mas ao público em geral, devem ser feitas no dia e

 local do evento, ao preço de R$ 5,00. Mais informações pelo 


telefone (53)3228.9273.


Confira a programação


8h – Recepção e credenciamento

8h30min – Palestra “A feminização da velhice: 


Uma perspectiva biológica, epidemiológica e social”, com

Ângelo José Bós;


9h10min – Debates


9h30min – Intervalo


10h – Painel “Avaliação e as doenças mais comuns”; 


Avaliação geriátrica ampla, com Marianela Hekman;


Doenças cardiovasculares, osteoporose, incontinência 

urinária e neoplasias, com Berenice Werle


11h10min – Debates


11h30min – Palestra “Importância da nutrição na 


maturidade”, com Luiza Beatriz Bainy;


12h às 12h15min – Debates


12h às 13h30min – Almoço


14h – Painel “Distúrbios neuropsiquiátricos”


Depressão e ansiedade, com Paulo Consoni



Doença de Alzheimer, com João Senger


Cuidados da doença de Alzheimer, com Marlene Pelzer


Debates


15h30min – Intervalo


16h – Mesa Redonda “O papel da mulher na sociedade”,


 com Jussara Rauth. Debatedora: Sulanita Arruda

;
Debates


16h30min – Encerramento




Powered By Blogger