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quarta-feira, 26 de novembro de 2008

RELAÇÕES AFETIVAS NA TERCEIRA IDADE


Até década atrás as questões amorosas, aparentemente, relacionavam-se somente com as pessoas jovens e as maduras.
Com o aumento da população idosa e da longevidade estas questões também passaram a ser tratadas relacionadas à Terceira Idade.
Como em qualquer idade surgem dúvidas, temores e insegurança, vergonha de demonstrar afeto, medo de sofrer por não ser correspondido, medo de críticas ou não aprovação familiar, isto em se tratando de idosos que já perderam seus respectivos companheiros, cônjuges, quer por separação ou morte.
Em todo relacionamento é necessário uma grande dose de boa vontade, de tolerância, de maturidade para que estes sejam saudáveis e produtivos, capazes de estabelecer cumplicidade e parceria. É importante flexibilidade, abertura e o diálogo, não imposição de opiniões, idéias, condutas, pois ninguém é dono de ninguém. Embora cada um carregue sua bagagem emocional, seu vício, suas experiências, pressupõe-se que o relacionamento na terceira idade seja mais maduro, sem dominação e sem egoísmo. Isto é claro, se a pessoa percebeu seus defeitos e procurou corrigi-los ao longo de sua existência.
Para o crescimento espiritual as pessoas precisam refletir, fazer um balanço do que realizou, dos aspectos que devem ser mudados para viver melhor e oportunizar melhor convivência para todos.
O idoso que está só tende a buscar novos relacionamentos como já destacamos acima. Geralmente as pessoas que tiveram relacionamentos com saldo positivo,que viveram bem, que tem boas recordações, que se sentiram felizes são mais receptivas à uma nova relação.
Os que estão acompanhados, muitas vezes, pelos anos de convivência, a relação torna-se monótona, estereotipada. É a oportunidade de rever a relação através do diálogo franco e da busca conjunta de uma relação mais saudável, onde haja a possibilidade de crescimento, de renovação, resgate dos momentos bons vividos, da cumplicidade, do prazer da companhia, da troca afetiva, pois é a oportunidade em que voltam a ser só os dois, com a independização dos filhos.
É momento de esquecer as mágoas, rancores, saber perdoar o companheiro e a si mesmo, não criar novos dissabores, pensar numa reciclagem que permita um recomeço baseado na superação de dificuldades, na valorização dos momentos bons vividos, no crescimento de ambos, alicerçados na confiança, no carinho, no amor, respeito, na satisfação advinda de toda a trajetória construída juntos, valorizando a permanência junto, o que sem dúvida não é fruto do acaso, mas de sentimentos, de afinidades que sustentaram a relação por muito tempo, o que nos momentos atuais é uma conquista.
Toda relação para prosperar e se fortalecer requer a auto-análise de cada um dos parceiros envolvidos, para rever usa participação, sua atuação de modo a não exigir do outro o que nem ele mesmo é capaz de oferecer e também porque muitas vezes exige que o outro seja como ele gostaria e, no entanto, nem ele mesmo é o que deseja.
É preciso valorizar sempre a atenção, o carinho, a gentileza e o amor, o que fará com que aumente a auto-estima de cada um, que está relacionada à quantidade de amor e reconhecimento recebidos.
Como as relações afetivas de qualquer idade, as relações na terceira idade devem pressupor uma boa dose de vontade de acertar, de valorizar as coisas boas, de promover a troca, de ser sempre melhor como ser humano, pois sendo seres melhores, as pessoas se relacionarão melhor o que favorecerá uma vida a dois.


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