O medo sempre acompanhou o homem. É uma reação saudável e protetora do ser humano. Quando há uma ameaça real o medo nada mais é do que uma reação de auto preservação. O medo está presente em todas as fases da vida, desde a infância, quando a criança tem medo do escuro, da perda dos pais entre outros.
O homem da atualidade vive cheio de medos, principalmente aqueles relacionados à segurança e a sua integridade física e a dos que o cercam bem como à preservação de seu patrimônio. Existem muitos medos a afligir as pessoas, além destes, como medo de avião, de contrair moléstias, de ir ao dentista, de nadar, de dirigir carro, de cirurgia, medo da dor e da solidão.
O medo deixa de ser uma reação normal, de cautela, de preservação quando atrapalha a vida das pessoas, impedido-as de viver o dia a dia, de enfrentar situações novas, de desenvolver novas habilidades, de crescer como pessoa, ficando presas a uma determinada situação. E um medo patológico. Ele se diferencia do medo normal em vários pontos pelos quais pode ser reconhecido: Não tem razão objetiva, nem base na realidade concreta. A pessoa reconhece ser absurdo, desproporcional o que sente. Provoca uma aflição ou ansiedade desmedida, além de ser acompanhado de sintomas físicos como falta de ar e sudorese entre outros.
O medo patológico está associado a fobias e ao pânico. Tanto os quadros de fobia quanto de pânico estão estreitamente ligados à ansiedade, angústia, e depressão atípica. São altamente limitantes e quase sempre expõem os pacientes a todo tipo de vexame.
O pânico, cuja origem do nome vem de PAN, Deus grego oculto na floresta, nos abismos e nas profundidades e que era quem regia a sexualidade e o desconhecido, não depende de algo concreto para se manifestar. Expressa relação profunda da pessoa com ela mesma, com seu lado desconhecido, negativo. É uma situação limite que o leva ao conhecimento.
O ataque de pânico que é a síndrome do novo milênio é uma experiência psicopatológica e se constitui em um episódio de ansiedade repentino e de breve duração, cerca de uma hora mais ou menos. Caracteriza-se pela sensação de morte eminente e por sintomas fisiológicos como sufocação, vertigem, tremores, taquicardia, sudorese e aumento da pressão arterial.
Os casos mais leves, em geral, estão relacionados com mudanças profundas na vida afetiva e os casos mais graves, as fobias, estão ligadas a situações específicas, como medo de lugares apertados, de altura, de atravessar a rua, etc.
O ataque de pânico gera no indivíduo o receio de ser acometido novamente pelo mesmo sintoma, o que involuntariamente desencadeia uma preocupação excessiva e generalizada com a saúde. O tratamento é realizado com auxílio terapêutico associado ao uso de psico - fármacos.
Pelo ritmo e maneira de viver da atualidade muitas pessoas tornam-se vulneráveis ao estresse, que desencadeia alguns casos de ataques esporádicos de pânico, a transtorno de ansiedade, que são situações bem mais comuns, chegando a atingir uma em cada quatro pessoas.
Concluímos, então, que o medo acompanha o homem desde os primórdios da humanidade, que pode ser uma reação natural, positiva, construtiva, na medida em que torna a pessoa apta a agir, estimula cautela nas escolhas e nos comportamentos.
Nos casos extremos, mais graves é imprescindível uma busca investigativa da própria identidade, num processo contínuo e gradativo de auto conhecimento, amadurecimento e superação, que só é possível com a ajuda terapêutica e com a predisposição interna de mudar de enfrentar os medos, superando todo tipo de frustração, mágoas, ressentimentos, conquistando uma nova forma de viver, mais leve, mais saudável, mais humana, o que significa maior abertura para aceitação da diversidade de situações e comportamentos.
É necessário compreender que a vida é composta de tudo isto, do bom e do ruim e que o resultado de cada situação vivida será determinado pela maneira como nós o encaramos.
Entendendo que cada um pode ser o autor de sua própria existência, através de um aprendizado constante, que gera mudanças profundas, o indivíduo terá mais paz, mais felicidade, posto que a felicidade é uma conquista pessoal, obtida através do autoconhecimento e do enfrentamento dos medos.
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